sexta-feira, janeiro 15, 2010

O pioneiro João de Prado (1510-1597)

O ano de 2010, em que escrevo este texto, marca o quinto centenário do nascimento de um outro pioneiro do Brasil: João de Prado, cuja vida foi um pouco menos longa que a de Garcia Rodrigues: faleceu em 1597. Embora o seu sobrenome seja realmente de Prado, é comum, como podemos esperar, que seu nome seja encontrado como do Prado em algumas pesquisas (eu mesmo faço muito isso, o que explica caso apareça assim mais adiante).

O sobrenome do Prado é relativamente comum no Brasil, sendo apenas um dos indicativos do vastíssimo número de descendentes que João de Prado tem vivos nos nossos dias.

João de Prado nasceu em Olivença. Esta cidade portuguesa se encontra atualmente sob administração espanhola; Portugal, entretanto, continua a reivindicá-la como portuguesa embora isto não seja suficiente para causar grandes problemas entre os dois países ibéricos. D. Dinis, Rei de Portugal, forçou a cessão de Olivença (entre outras posses) por parte de Fernando IV, Rei de Castela, em 1297. Já no seguinte a cidade teve seus muros construídos, permanecendo como parte do Reino de Portugal até 1801.

Hoje Olivença, com a grafia Olivenza, situa-se na província de Badajoz, na região autônoma da Extremadura.

A esposa de João de Prado chama-se Filipa Vicente, cujo nome encontra-se também na grafia Philippa Vicente. Trinta anos mais jovem que o marido (nasceu em 1540), viveu também trinta anos a mais que ele (faleceu em 1627, aos 26 de Junho). De Filipa conhecemos os pais, Pedro Vicente (1510-1585) e Maria de Faria (1520-1590). Ninguém deixará de perceber que seu pai tinha a mesma idade que seu marido. Sabemos também os nomes dos avós maternos de Filipa: Manuel Machado Pereira e Rosa Farias Santos. João e Filipa se casaram no Brasil, em São Vicente, a vila fundada em 1532 por Martim Afonso de Sousa, com quem João de Prado veio ao Brasil.

João, vimos, nasceu em Olivença; Filipa, por sua vez, no Alentejo. Ambos, cada um a seu tempo, vieram a morrer em São Paulo, de cuja história João fez parte importante. Ocupou vários cargos públicos. Foi juiz de 1588 a 1592.

O “Projeto Compartilhar” publicou na internet anotações de Cartas de datas de terra, nas quais podemos ver as solicitações por terra feitas por moradores da cidade de São Paulo. Precisamente em 1588 João aparece como juiz de uma solicitação de um certo Francisco Rodrigues Barbeiro:

12. Francisco Rodrigues Barbeiro – 30-1-1588 – 80 braças em Piratininga, desde Domingos Fernandes até os matos onde já tinha sua casa. Câmara: João do Prado, juiz; Francisco Dias e Sebastião Leme, vereadores: Pedro Dias, escrivão.
Num outro caso o nome do juiz também aparece, embora não nessa função. Não imagino se ele participou da decisão.

23. Diogo Fernandes – 16/5/1592 - Queria chãos junto à sua casa, no canto de João do Prado, ao lado de Gaspar Fernandes, confrontando do outro lado com Mateus Leme.
João de Prado fez várias “entradas” no sertão, tendo sido erroneamente citado, por algumas fontes, como chefe da entrada na qual morreu em 1597.

Este pioneiro teve onze filhos:

Isabel do Prado
Helena do Prado
Domingos do Prado
João do Prado (Filho)
Catarina do Prado
Felipa Vicente do Prado
Maria do Prado
Martim do Prado
Pedro do Prado
Ana Maria do Prado
Clara do Prado

Sou descendente de três dos filhos de João de Prado: Helena, Catarina e João (filho). Sou dele e de Filipa Vicente 13º-neto, por vias paterna e materna.

Minha mãe é 12ª-neta de João de Prado por meio de Catarina do Prado (também na grafia Catharina). Ambos os meus avós maternos descendem de João de Prado.

Meu pai é 12º-neto de João de Prado por meio de Helena do Prado e de João do Prado (filho). Seus trinetos, respectivamente Fabiana Costa Rangel (1676) e Baltazar Correia Moreira (1672), foram casados e tiveram a filha Lucrécia Leme Barbosa, heptavó do meu pai. Ela foi esposa do grande povoador do Rio Grande do Sul, o madeirense Jerônimo de Ornelas Menezes e Vasconcelos (1691-1771), cuja descendência é excepcionalmente numerosa.

Portanto, além da ascendência comum em Garcia Rodrigues, meus pais são várias vezes primos em 12º grau.

Quanto à geografia, repetem-se as províncias (depois estados): São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Paraná e Rio Grande do Sul.

Para realizar estas anotações contei novamente com a ajuda dos trabalhos genealógicos de Pedro Wilson Carrano Albuquerque publicados na Usina de Letras:
http://www.usinadeletras.com.br/exibelotextoautor.php?user=tavolaro

E também do Projeto Compartilhar, das pesquisadoras Bartyra Sette e Regina Moraes Junqueira
http://www.projetocompartilhar.org/

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terça-feira, janeiro 12, 2010

O pioneiro Garcia Rodrigues (1490-1590)

Garcia Rodrigues já era casado com Izabel Velho (outra grafia possível: Isabel Velho), tendo dela filhos, quando chegou ao Brasil com Martim Afonso de Sousa. Nascera em 1490 no Porto, Portugal, aportando em São Vicente por volta de 1540. Teve vida longa: consta ter falecido em 1590.

Benedito Alípio Bastos, autor do estudo publicado neste link:
http://www.genealogiafreire.com.br/livro_centenario_de_cacapava.htm

diz ter sido Garcia Rodrigues filho de Antônio Rodrigues, companheiro de explorações de João Ramalho: “os primeiros povoadores brancos da Capitania de São Vicente, no litoral e nos Campos de Piratininga”. Assim, compreende-se que Garcia veio para o Brasil depois de seu pai, e que sua mãe é portuguesa embora dela eu não tenha encontrado o nome.

Em Santo André da Borda do Campo (distinta da atual Santo André, embora fosse provavelmente situada entre esta mesma Santo André e São Bernardo do Campo), foi residir Garcia Rodrigues exercendo os seguintes cargos públicos:

1555 – vereador. Os vereadores de hoje, no Brasil, têm apenas funções legislativas; na época possuíam também funções executivas.
1556 – juiz interino.
1557 – almotacel. O Houaiss me explica que o almotacel era um fiscal encarregado de pesos, medidas e taxação dos alimentos.
1558 – participação num ajuntamento de homens bons. Estes eram homens notáveis e honrados, sem pertencerem à nobreza, encarregados de certas funções na política local. “Política local”, na situação de que falo, talvez seja um pleonasmo, já que tudo se referia à vida local.

Garcia Rodrigues mudou-se para São Paulo, assumindo também lá funções públicas:

1561 e 1563 – vereador.
1562 e 1564 – almotacel.
1576 e 1578 – participações em novos ajuntamentos (de homens bons).

Benedito Alípio Bastos diz que Garcia Rodrigues, depois de 1580, levou sua família para Santos, e que a tradição da época afirma ter sido realizado em sua casa um milagre pelo Beato Padre Anchieta.

Ao morrer, com 100 anos de idade, deixou terrenos no então chamado Caminho da Tabatingüera, na cidade de São Paulo, para seu filho do mesmo nome.

A propósito, são estes os filhos de Garcia Rodrigues e Izabel Velho (Isabel Velho):

Maria Rodrigues
Isabel Velho
Domingos Rodrigues Velho
Padre Garcia Rodrigues Velho
Padre Gabriel Garcia
Padre Jorge Rodrigues
Francisco Rodrigues Velho
Antônio Rodrigues Velho
Mécia Rodrigues
Agostinha Rodrigues Velho
Isabel Rodrigues

Garcia Rodrigues é ancestral de numerosos brasileiros. Sou seu descendente por vias paterna e materna; dos meus quatro avós, três são seus descendentes. Ele é simultaneamente meu 12º-avô, 13º-avô e 14º-avô:

12º-avô – por meio de Domingos Rodrigues Velho, ancestral da minha mãe;
13º-avô – por meio de Agostinha Rodrigues Velho, ancestral do meu pai;
14º-avô – por meio de Isabel Velho (filha), ancestral do meu pai.

Esses parentescos são multiplicados algumas vezes, devido a casamentos entre primos.

Geograficamente, meus ancestrais que levam a Garcia Rodrigues passam pelos estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e de volta a São Paulo (no lado materno); e por São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul e de volta a São Paulo (no lado paterno).

Sites que me ajudaram nestas anotações são o já mencionado texto de Benedito Alípio Bastos:
http://www.genealogiafreire.com.br/livro_centenario_de_cacapava.htm

e diversos dos trabalhos genealógicos de Pedro Wilson Carrano Albuquerque em que figura Garcia Rodrigues, publicados na Usina de Letras:
http://www.usinadeletras.com.br/exibelotextoautor.php?user=tavolaro

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quarta-feira, janeiro 06, 2010

Solenidade da Epifania do Senhor

2 de Janeiro de 2010, 18h
Mosteiro de São Bento, Jundiaí-SP, Brasil

Introito – Ecce advenit dominator Deus [Ratisbona 1871]
Confiteor – recitado em português
Kyrie – cantado em português (Kyrie Santa Paulina [Alfredo Votta]).
Gloria – cantado, responsorial, em português [Alfredo Votta]
Salmo responsorial – cantado no primeiro tom do padre Columba Kelly, OSB [St Meinrad]
Alleluia – Vidimus stellam eius [Ratisbona 1871]
Credo – recitado em português
Ofertório – Reges Tharsis [Ratisbona 1871]
Sanctus – Sanctus IX, latim
Doxologia – recitada em português
Agnus Dei – Agnus Dei IX, latim
Comunhão – Vidimus stellam eius [Graduale Romanum]
Comunhão – Dialogue de voix humaine [Jean-Adam Guillain (1680-1739)] da Suite du troisième ton. Instrumental.
Comunhão/Pós-comunhão – versetos do quarto tom [Abraham van den Kerckhoven(1618-1701)]. Instrumental.
Final – Plein Jeu [Jean-Adam Guillain (1680-1739)] da Suite du quatrième ton. Instrumental.

Solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus - 2010

1º de Janeiro de 2010 – 18h
Mosteiro de São Bento, Jundiaí-SP, Brasil

Introito – Salve, sancta Parens [Ratisbona 1871]
Confiteor – recitado em português
Kyrie – cantado em português (Kyrie Santa Paulina [Alfredo Votta]).
Gloria – cantado, responsorial, em português [Alfredo Votta]
Salmo responsorial - cantado no primeiro tom do padre Columba Kelly, OSB [St Meinrad]
Alleluia – Post partum [Ratisbona 1871]
Credo – recitado em português, niceno-constantinopolitano
Ofertório – Felix namque es [Ratisbona 1871]
Sanctus – Sanctus IX, latim
Doxologia – cantada em português
Grande Amen – [Jeff Ostrowski]
Agnus Dei – Agnus Dei IX, latim
Comunhão – Exsulta, filia Sion [Graduale Romanum]
Comunhão – Dialogue de voix humaine [Jean-Adam Guillain (1680-1739)] da Suite du troisième ton. Instrumental.
Comunhão/Pós-comunhão – 3 versetos do quarto tom [Abraham van den Kerckhoven(1618-1701)]. Instrumental.
Final – Plein Jeu [Jean-Adam Guillain (1680-1739)] da Suite du quatrième ton. Instrumental.