Encorajamento
Não é bem da crítica especializada que quero falar, mas é, sim, de alguma crítica. A crítica mais imediata, feita por amigos e pessoas próximas.
Antes mesmo de começar lembro-me da tendência que tenho, devo reconhecer, a ser especialmente doce ao comentar algo feito por um amigo. Mas tudo bem, às vezes isso acontece quando vou falar de algo feito por alguém que me desconhece, e, por alguma razão, vejo-me sendo menos duro.
Julgo muito importante o lado mais humano de fazer algo relacionado à arte. Mais humano, mais artístico e menos profissional no sentido de excelência milimétrica e atlética. Obviamente isto não serve para desculpar coisas ruins só porque, ou especialmente se, foram feitas para colaborar com caridade, filantropia. Filantropia não pode ser desculpa para se elogiar um livro ruim.
Mas penso nas coisas mais humanas, no incentivo, no encorajamento que se deve sempre dar a quem faz ou tenta fazer alguma coisa, seja escrever, tocar, pintar, cantar, atuar. Muitos ensinarão que um crítico terrível é um excelente professor; não quero desdizer isto; mas quem faz alguma coisa precisa de incentivo e de encorajamento, de alguma forma. É verdade que há alguns mais solitários, que fazem as coisas apenas por si e para si; que não se preocupam em nada com a aprovação externa, no que são muito sábios. Mas toda vez que vier alguém mostrando o que fez, que se tenha sempre muita caridade, se for para apontar os senões, e que se seja generoso no elogio da intenção e na análise relativa, conforme a circunstância, conforme a limitação.
<< Página inicial