segunda-feira, janeiro 08, 2007

XLIX

Será impressão minha ou nunca escrevo textos de opinião aqui? Opiniões até dou, mas nenhuma muito contundente. Bom, na verdade até tenho opiniões sobre as coisas, inclusive sobre algumas, só algumas, das coisas atuais, mas acho isso muito aborrecido e realmente prefiro não comentar, deixo de lado também nas conversas ao vivo. Sinto-me um inútil falando desses assuntos – e curiosamente não acho inúteis os que escrevem sobre isso, especialmente os que o fazem bem.

Não importa quanto avessa à opinião uma pessoa seja, nem quanto sonhadora ela seja; para o seu próprio mundo de sonhos é preciso que ela tenha opiniões, preferências, pelo menos direções nas quais sonhar e, bem viajar. Este verbo é um pouco vulgar mas faz muito sentido aqui.

Por isso mesmo também tenho meus modos de pensar que acabam, sim excluindo coisas. Como alguém poderá escolher tudo? Somente a grande Santa Teresa de Lisieux escolheu tudo; mas ela podia, e era um caso diferente, também. Para escolher tudo ela deixou muito de lado. Ah, não tem nada a ver, é que acabei me lembrando dela.

Uns podem acabar sendo conhecidos pelos nãos que dizem, mas os nãos são necessários para que se tenha os objetos do sim definidos, delimitados, ainda que imprecisamente. Levar tudo produziria uma mistura de preto indistinto.

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O título do post se refere ao fato de que este é o 49º post publicado aqui desde que voltei ao blog, incluindo os antigos publicados com a data original. Pode ser que eu poste outros antes, e este não seja mais o 49º. A propósito, faz tempo que não publico nenhum antigo aqui; avisarei quando o fizer.