sexta-feira, abril 13, 2007

Idéias e chocolates

Bem na Quarta-feira Deus houve por bem mudar o tempo, que vinha quente e insuportável, para algo muito melhor, mais fresco e menos violentamente claro. Mudou exatamente a tempo para a sua Semana Santa.

Comigo este é o centro do ano, o seu começo, o seu fim, pra onde converge tudo. Espero por todo o ano este momento. Por um breve instante tomei cuidado para não o transformar nas vãs esperanças pagãs pré-natalinas. O mundo ateu não roubou a Páscoa do mesmo jeito que roubou o Natal; roubou-a, mas de outro modo. Festas podem ser roubadas, mas não tiradas.

Estou amargo com o mundo, chamando-o de ateu? Não; ele mesmo é que é amargo por querer ser ateu.

Estou amargo com o mundo, tentando me localizar fora dele? Não; estando nele estou apontando onde é que ele erra e em que é diferente de mim e, mais do que de mim, de tantos que somos.

Mas não nos aflijamos. O chocolate que o mundo oferece é isto, chocolate, e agradável para comer. As idéias é que são venenosas, e guardemo-nos delas.