Os dois rótulos
Muitas pessoas gostam opinar contra a aplicação de rótulos à música. Muitos particularmente se mostram contrários à divisão entre música erudita e popular, dizendo que atrapalha, ou que não faz sentido.
Admito que não penso que atrapalhe, e considero que faça, sim, sentido.
É uma classificação bem útil que explicita certas intenções. Como qualquer classificação, está, sim, sujeita a situações em que é difícil saber, obviamente eu admito que há músicas difíceis de julgar como eruditas ou populares.
Não quero nem tentar descrever as características de uma e de outra. A erudita costuma ser mais escrita e fixa, a popular menos escrita e com um tanto de improvisação. Mas tudo depende. Por favor: não é a existência do baixo cifrado, numa época particular, que joga por água abaixo esta quase-tentativa de delimitar as coisas. Nem as bandas de jazz ou rock que escrevem tudo.
Tem também a questão de a música erudita ser de concerto, e a popular, se de concerto, destinada a um tipo de concerto bem diferente.
Como disse, não quero nem tentar explicar. Mas que os dois mundos existem, existem. E isto não é nenhum problema para nenhum deles, nem para nenhum outro além deles. Quem se sente bem jogando fora o rótulo, que o ignore; mas para mim é imprescindível pensar neles.
<< Página inicial